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Priscilla + Rodrigo e Aurora.

Tipo de projeto

Fotografia

Data

Abril 2023

Aurora veio ao mundo com 37 semanas no dia 8 de dezembro as 11:04 da manhã. Nosso trabalho de parto começou de um jeito inesperado. Durante toda a gestação estudei bastante, e me preparei muito para o parto natural. Quando as contrações começaram as 1:30h da madrugada não vieram como eu esperava. Contrações de treinamento mais longas e intensas. Percebi, tomei um banho quente, cronometrei, não ritmavam. Mas também não passaram, ficaram mais intensas. Acordei o Rodrigo e o deixei em alerta : teríamos que ir para o Sofia. A partir de então as dores aumentaram muito rápido, em 30 minutos eu já mal conseguia andar. Ficamos aflitos. Como um filme fui recapitulando tudo que havia lido, estudado, tentando entender porque as dores já estavam tão intensas em tão pouco tempo. Senti que havia algo errado. Decidimos ir ao Queluz para que eu pudesse ser avaliada , nesse tempo comecei a ter um leve sangramento . No Queluz ao ser avaliada estava em TP com 1 cm de dilatação. Me abri com o médico disse que não queria ter o parto ali que tinha planejado um parto humanizado no Sofia, pedi um conselho: ele me encorajou a ir para Bh e disse que tínhamos tempo de sobra para chegar no hospital Sofia Feldman até Aurora nascer. Encorajada que estava pegamos estrada eu,Rodrigo e Aurora prestes a vir ao mundo. Era 6:10 da manhã, as contrações intensas. Eram mergulhos numa dor que a cada 4 minutos, me faziam sair do mundo concreto. A divina ruptura, sair de um lugar e chegar a outro. Deixar algo de si para traz, para ir de encontro . Olhei pela janela do carro, o dia amanhecendo, o céu em tons rosados, me fez entender que Aurora mais do que ninguém sabia o que estava fazendo. E eu confiei. Era a vontade dela. Me senti segura.

Chegamos no Sofia em pouco tempo, as dores aumentaram e o sangramento também. Era por volta de 8:00h, eu estava com 3cm de dilatação, o sangramento não parava e as contrações eram intensas. Os médicos já na triagem me levaram para avaliar os Batimentos da neném. Estavam oscilando. Aos poucos fui recolhendo os significados que estavam a minha volta e assimilando que o meu parto não seria da forma que eu tinha planejado. Eu senti que algo não estava bem, e recapitulei pela segunda vez tudo, todo o conhecimento que eu estive mergulhada durante os 9 meses de gestação: e lembro, não haviam relatos de um parto ativo natural c a presença de tanto sangramento, e com um bebê oscilando em seus batimentos. Eu sabia o que significava, chorei porque sabia. Por um segundo pareceu que eu sempre soube.

A partir daí o monitoramento do coração da neném foi constante, na sala de pré parto as contrações pareciam quebrar meus ossos, quebravam minha alma, meu Eu em pedaços.

O nascimento, o renascimento, o parto, a partilha de um em dois.

Atravessar esse instante é como atravessar uma eternidade. É através dele que morre a mulher que fui para dar lugar a mulher que serei ? A mãe - mulher ? A mulher - mãe ? A mulher - bicho Não sei, acho que sim. É atravessar e ser atravessada ao mesmo tempo e na mesma intensidade. É se conectar pela dor, é rito de passagem. As 10:30h eu já estava com 8cm de dilatação, não tinha mais forças mas o nascimento ainda não era iminente. Enquanto isso os batimentos da Aurora oscilavam muito e o sangramento aumentava. O Rodrigo ao meu lado todo o tempo, eu vi o medo nos seus olhos, e eu tb tive muito medo. Os médicos disseram: quase certos de um descolamento na placenta, e portanto seria preciso uma cesariana.

Nesse momento eu já não me importava mais, que caíram por terra todos meus planos e o tão sonhado parto na banheira... eu rezei, agradeci por ter sido encorajada no Queluz, agradeci por estar no Sofia, agradeci pela equipe que eu tinha ao meu lado. Quando tomei a ráqui. Eu flutuei. Cinematográfico, fui do inferno ao céu em segundos. Olhando as luzes deitada na mesa de cirurgia, agradeci novamente. Ia dar tudo certo ! Tudo foi decidido em segundos, equipe grande, agiam rapidamente, estavam tensos, estávamos em risco. Mas ia dar tudo certo ! Olhei mais uma vez para o Rodrigo que com os olhos cheios de lágrimas sorriu quando escutou o choro da Aurora. Um choro baixinho, mas vigoroso de uma menina que veio ao mundo da melhor forma possível, da forma mais linda possível, da forma que ela escolheu vir. Esse era o parto que nós precisávamos ter, uma cesariana intraparto que salvou nossas vidas, que foi feita de maneira respeitosa e necessária. Tivemos nossa hora de ouro, enquanto eu ainda estava tentando entender tudo que acontecia . Aurora chegou num dia em que o céu amanhecia em tons de rosa. Chegou trazendo grandes lições, minha pequenina grande Aurora.

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